segunda-feira, 8 de junho de 2009

Mais uma Pesca Ilhada…

Quando cheguei em cima da pedra, já o Nuno e o António tinham uma boa pesca. Eu, porque nessa semana já tinha ido à pesca quatro vezes, optei por me juntar a eles posteriormente. O corpo também precisa de descanso e, neste tipo de pesca, o esforço é muito desgastante. Descer arribas; dar à barbatana; pescar; fugir do mar; dar novamente à barbatana e subir arribas, não é tarefa fácil e se se multiplicar por quatro, imagine-se...
Eles começaram por spinar logo de manhã mas sem resultados. Depois optaram por realizar outro tipo de pesca, conseguindo obter resultados positivos. Foi quando eu cheguei.

Atracagem









Estava um dia excelente para a Pesca Ilhada: sol, o mar de feição, uma ligeira brisa e muito peixe em cima das pedras imersas que rodeiam a pedra ilhada. O grande problema era mesmo o peixe miúdo. Cada vez que se jogava a pesca para dentro de água, começava-se logo a sentir aquele rumor na linha. Era só tic-tic e nada! O peixe miúdo não dava tempo aos maiores para estes atacarem o isco. Só à minha parte, joguei uns vinte peixes sem medida à água.
Enquanto o Nuno e o António pescavam com furta camisas, eu optei por utilizar ralos. Cada vez que iscava, tinha que prender o ralo com fio elástico porque o peixe miúdo desiscava muito. Mesmo os peitos do caranguejo, que são duros, voavam do anzol.
Como o peixe andava a comer em cima das pedras e o fundo é uma pedra cerrada, optamos todos por pescar ao reboliço. A água estava toda aberta e o mar mexia bastante, sendo que, por cima a água estava leitosa (oxigenada) e no fundo lusa. Dado que existiam grandes peixes, optei por uma linha 0,24mm 100% fluo, onde coloquei um chumbo de correr, em forma de oliva, com 12gr e um anzol 1/0.
Ao segundo ou terceiro lançamento, ferro um belo sargo entre 1Kg/1,2Kg, todo negro, fazendo lembrar os sargos de arribação. Aquela tonalidade deve-se ao facto dos sargos andarem entocados e não apanharem luz e, quando o mar aperta, eles saem para fora com aquela cor da penumbra das tocas.


O meu maior exemplar do dia

Entre Sargos de 300/500gr, o António ferra uma Dourada a rondar o quilo. Passado um bocado o Nuno deu com os Peixe-Porco e começou a apanhá-los. Os sargos iam saindo a bom ritmo até que o mar fez das suas. Veio um mar daqueles maiores e levou o balde com os caranguejos e os ralos. Solução de recurso foi encontrada desde logo, com a utilização de mexilhão e lapas, como isco. E em pouco tempo as lapas começaram a fazer estragos, com o Nuno e o António a apanharem dois bons sargos.


A pesca do Nuno e do António

Entretanto o mar começou a levantar-se e, depois de muitos banhos, resolvemos levantar ferro. Longo percurso de volta, porque no sitio onde tínhamos entrado o mar não dava condições para sair. E para finalizar, uma caminhada até ao carro.
Gostaria ainda de referir uma coisa, para que não hajam dúvidas nem mal entendidos. Os aparelhos não fazem mal a ninguém! Isto, porque a pedra ilhada para onde fomos, estava rodeada de aparelhos alvorados fundeados. Os pescadores vieram, tiraram o peixe do aparelho, iscaram-no novamente, o aparelho continuou a pescar e nós estivemos sempre a apanhar peixe. O problema são as outras artes, como as redes e os covos. As redes, mesmo depois de perdidas, continuam sempre a pescar. Os covos, depois de perdidos, metem-se nos buracos formando uma barreira, não permitindo ao peixe refugiar-se. Pelo contrário, os aparelhos, depois de perdidos, já não pescam e o seu impacto é muito reduzido porque, proporcionalmente, é utilizado muito menos nylon, plástico e chumbo, do que nas outras artes.


Abraço e saudações piscatórias

N.R. Peço desculpa pela qualidade das fotos e filmes, mas foram feitos com recurso a um telemóvel. Os filmes referem-se à atracagem à pedra.

1 comentário:

Donizete disse...

Parabéns pelo blog muito bom... abraços e seucessos

Donizete