quarta-feira, 17 de junho de 2009

Pesca no Laredo

Os laredos são os prolongamentos das arribas, ao nível do mar, que entram mar dentro.
Como se previa vento forte de Noroeste, como veio a acontecer, optamos por ir pescar para os laredos, visto não haver condições para fazer a nossa pesca de eleição: a ilhada! Desta vez, o meu camarada de pesca foi o António. Depois de assomar-mos ao mar, decidimos, unanimemente, que o local pretendido tinha que reunir três condições: abrigar do vento, proteger do mar e ter profundidade suficiente, visto que a maré já vinha de meia para baixo. Não foi muito difícil escolher o local dado os conhecimentos acumulados ao longo dos anos em relação a pesqueiros.
Estacionado o carro no cimo da arriba, toca a descer os cem metros de altura da arriba, constituída por quatro lances de cabo. Depois uma caminhada por cima de rebolos e laredo até chegar-mos ao local previamente escolhido do cima da arriba. Chegados ao local, optámos por pescar ao reboliço ou engana porque, apesar do vento ser menos que noutros locais, sempre se fazia sentir.
Anzóis dentro de água e começamos logo a sentir toques que nos indiciavam que no local morava peixe. E eis que o António ferra um peixe que, pelo trabalhar, lhe indicava ser um robalote, o que veio a consumar-se. Peixe virado e novamente anzol na água. Passado pouco tempo, ferro um peixe. Um sargo. O António ferra outro sargo de seguida. O dia de pesca prometia. O mar e o vento continuavam a apertar e com a maré quase lambida optámos por mudar de local.
Chegados ao novo local, próximo do anterior, anzóis na água e o António apanha logo um sargo. Eu sigo-lhe as peugadas e apanho dois seguidos. Mas eis que, com a maré toda escorrida, começa a cumular-se limo e fomos obrigados a dar a pesca por terminada. Este limo é o resultado da agitação marítima e do aquecimento das águas que, em poucos dias, passou dos 16ºC para os 19ºC.
Para rematar esta manhã de pesca e para servir de entrada para a refeição, decidimos apanhar umas unhas.

O dia seguinte

No dia seguinte as condições eram quase idênticas, à excepção do vento. O mar era de leva (ressaca da agitação marítima provocada pelo vento) com ondulação entre os dois metros e meio e os três metros.
O primeiro sítio escolhido foi um pesqueiro de falésia, dado a agitação marítima e o estado da maré. Nesse pesqueiro apanhei dois Sargos e o António outro. Com a vazante e porque as marés eram pequenas optámos por ir, novamente, para os laredos. Chegados à arriba, descemos a encosta, serpenteada, virada a Norte, até atingirmos a praia e uma zona de rebolos e laredo, onde fomos mariscar.


     

Depois de apanhadas umas unhas, lapas e mexilhão, recomeçamos a pescar. Mas a forte ondulação e o limo, goraram-nos as expectativas. Voltamos, novamente, para o carro e fomos até ao pesqueiro onde tínhamos estado anteriormente, dado que a maré já estava de meia para cima e naquele sítio costumam morrer uns peixes com aquele estado de maré. Mas, puro engano! O peixe não colaborou e acabamos por voltar, novamente, ao carro, cansadíssimos.
Resumindo e concluindo. Existe muito limo na costa; o peixe anda arredio e não encosta; a única pesca que tem dado bons resultados, tem sido a Pesca Ilhada.

Abraço e saudações piscatórias

N.R. A primeira foto não corresponde ao local nem aos dias de pesca. Serve, somente, para exemplificar o que são laredos.

1 comentário:

MR disse...

Bom post.

Isto aqui pos Alentejos tb anda cheio de limo, é pior que as bogas, tou a ficar super irritado de não conseguir pescar.

Ab