Lubrificação do carreto

Aproveitando este mau tempo que se faz sentir em todo o território nacional, em que a pesca se torna quase impraticável, vou-me debruçar sobre um tema que nunca é demais abordar: a lubrificação do carreto.

Um carreto bem lubrificado permite-nos a sua utilização durante longos anos, evitando o desgaste ao nivel das peças, folgas e/ou arrasamento das mesmas. Para tal, a utilização de vários tipos de massas e óleos, que não os convencionais, aumentam a longevidade do carreto.

Remover a lubrificação antiga

Para remover a lubrificação antiga, de forma a aplicar nova, poderemos recorrer a dois produtos baratos e fáceis de encontrar no mercado: o petróleo e o gasóleo. Neste caso, utilizei o petróleo mas aconselho o gasóleo porque, para além de remover a massa antiga ainda lubrifica, dado conter substâncias gordurosas. A remoção foi executada com recurso a um pincel.

Preparar o carreto para a lubrificação

Para retirar o excesso de desengordurante utilizado e para que a nova lubrificação adira, deveremos usar ar comprimido através da utilização de uma pistola. No final desta operação, passar com um papel absorvente para retirar eventuais resquícios. Nota:  Não convém aproximar muito a pistola do carreto porque algumas peças podem "voar"!

A lubrificação

Como o carreto está exposto a vários tipos de corrosão e outros efeitos que advêm do uso, tais como: água, salitre, ar (oxidação), areia, desgaste das peças e folgas, deverão ser tidos em conta, também, vários tipos de lubrificantes e protectores.

Os lubrificantes e protectores que irei utilizar são: o óleo mineral, a massa protectora e repelente anti-salitre e a massa grafitada (Valvoline). Para que a mistura entre ambos os lubrificantes e protectores resultem numa massa algo aguada, o óleo mineral será imprescindível para esta operação. A massa protectora e repelente anti-salitre, tal como o nome indica, servirá para repelir a água e o salitre que tentará entranhar-se nas peças do carreto. A massa grafitada servirá para evitar o desgaste das peças, folgas e/ou arrasamento das peças.

Como aplicar a massa lubrificante?

Deveremos misturar todos os ingredientes, sendo que a massa protectora e repelente anti-salitre e a massa grafitada deverão ser em iguais proporções. O óleo deverá ser o bastante para que o resultado final seja um pouco aguado, de maneira a que a mesma não fique ou se transforme numa massa pastosa ou sólida com a utilização e, eventualmente, com a água, mas que também não escorra!

A sua aplicação não deverá ser em demasia nem em falta. Um meio-termo será o suficiente.

Onde aplicar?

A massa deverá ser aplicada: roda de coroa, sem-fim, pinhão de ataque, rolamentos de esferas não blindados, molas da asa de cesto, nos vedantes da embraiagem (drag) na bobine ou, na ausência desta, nas anilhas e grampos da bobine e no veio da alavanca.

O óleo deverá ser aplicado: no rodízio e seu(s) rolamento(s), caso tenha, veio, rolamentos blindados, aperto do drag, junção alavanca/veio e no rolamento da pega do carreto, caso tenha.

Pronto para o combate: Lubrificado e bobinado com linha nova.

Dicas

Normalmente, quer por muito uso mas principalmente por falta dele, esquecimento ou abandono, o(s) rolamento(s) do rodízio costuma(m) “gripar”. Para que tal não suceda, existem duas soluções: ou cada vez que se vai à pesca, depois da mesma lubrifica-se o rodízio, ou então substitui-se o(s) rolamento(s) por um casquilho em teflon. Este casquilho funciona na perfeição e evita gastos supérfluos em rolamentos.

Abraço e saudações piscatórias