sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Sargos - Bitolas em extinção

Pois é meus amigos,... actualmente escasseiam cada vez com mais frequência sargos com pesos acima do 1,5kgs!

Infelizmente, nos dias que correm poder-se-à dizer que é com alguma raridade que se apanham à bóia (pesca apeada) Diplodus Sargus com tamanhos portentosos!

Deixo aqui 2 fotos de 2 exemplares apanhados à bóia por amigos meus!


By Mr. Cardoso - 1,907kgs

By Mr. António - 1,821kgs

Honestamente, continua a pensar que com o passar dos tempos, exemplares como estes serão quase pepitas desta maravilhosa espécie.

No entanto, também acho que estas novas leis não vêem acrescentar muito ou mesmo quase nada à preservação dos sargos, em geral.

Posto isto, penso que qualquer dia serão criados viveiros artificiais (como já fazem com as douradas e robalos) para perpetuar, pelo menos a visibilidade tangível desta espécie.

Haja saúde para pescar! Pelo menos isso...!

Nuno Caçorino

6 comentários:

Fernando Encarnação disse...

Boas Nuno e Paulo.

De facto exemplares que antigamente era "habitues" por essas paragens, ainda ai estão mas cada vez serão menos...

Se a pesca lúdica é responsável por esse desaparecimento, sim, mas em pequena percentagem, o que se fazia antigamente na carrapateira como o Paulo bem sabe nunca mais será possível, porque provavelmente não há nem irá haver o que aconteceu à uns anos. Mas ao compararmos a pesca lúdica com 1 ou 2 exemplares desse porte à pesca profissional que com redes varrem grandes áreas o numero de exemplares irá subir...

À uns a esta parte havia uns barquitos que só saiam com mares de 3 a 4 m e que varriam com redes de pano com bastantes metros de altura eram as redes de cerco aos peões, era limpeza certa e centenas de sargos desse lote que apanhavam boleia para terra, ninguém fazia nada, acho que se passaram duas ou três multas mas o valor das multas era pago com poucas horas naquelas campanhas o que não servia de procedimento dissuasor...

Bons troféus parabéns aos contemplados.

Abraço.

PêJotaFixe disse...

Amigo Fernando,
O problema da Carrapateira não é a falta de peixe própriamente dita. Para muitos pescadores que lá pescaram durante anos, como eu, o problema é outro. Se por um lado os "rapas" dão grandes porradas no peixe quando ele está ovado e acamado às toneladas nos fundões afastados poucas centenas de metros da costa, por outro existem as redes "alvoradas" que varrem, desde o fundo à superficie, todo o mar.
Mas existe ainda outro problema que tem a ver conosco pescadores apeados que é a dita "crise". Crise porque a pesca é uma actividade dispendiosa e ainda mais se todos os dias jogar-mos três baldes de engôdo para dentro de água. Se multiplicar isso por trezentos pescadores que todos os dias, durante três ou quatro meses, frequentavam aquela zona, o peixe forçosamente era obrigado a encostar. Ora isso hoje em dia não se passa. Muitos poucos pescadores amealhham centenas de kilos de sardinha para fazer engôdo como antigamente.

Abraço e saudações piscatórias

Pedro Galante disse...

Só um à parte: E porque se pesca com engodo? Será que é uma necessidade tão óbvia? Não seria muito mais bonito levar essas ditas Sardinhas a instituições de necessitados que cada vez são mais no nosso país.
Sempre fui contra a utilização dos ditos "chamarizes" de peixe. Acho uma luta demasiado desigual, onde o homem por norma quando dá com o cardume, sai vencedor.
Eu assisto por aqui, à tristeza do desbaste a cardumes de Sarguetas tipo medalha. É um inferno, quilos e quilos delas são retiradas diariamente à ria sem que ninguém mexa uma palha. O mais curioso, é que a maioria dos pesqueiros é mesmo junto das barbas do posto da PM. Uma pessoa sozinha, não serve de nada, limita-se a olhar... Se faz queixa, sujeita-se a represálias, que por norma podem ser físicas ou então, vingam-se nas viaturas.
A ria de Aveiro, tornou-se num paraíso fiscal... Um dia vão querer qualquer coisa, mas não vão ter…
Agora, até “plantação” de telhas de barro são feitas dentro de água para o negócio dos caranguejos de larga...
Como é dramático, medíocre, terceiro mundista o nosso país... Isto quando falamos em água, pois se nos virar-mos para as politiquices, aí, é melhor nem falar... Eu estou convencido que a bomba um dia rebenta...

Parabéns aos seus amigos pelas CHAPAS!!! São lindas sim senhor. Da minha parte, estará para breve uma ida a elas à Galiza.
Até lá, boas pescas.
Abraços

Pedro

Anónimo disse...

Pois eu acho que o problema da Carrapateira e da nossa costa é mesmo o da falta de peixe. Não me leve a mal, caro PeJotaFixe, mas, muito sinceramente, não acredito que a falta de engodo possa ter algum papel na escassez de peixe. O contrário parece-me mais plausível: a falta de peixe é que faz com que os pescadores desistam de engodar e de pescar. A sua tese pressupõe que o peixe exista, só que não se abeira dos pesqueiros. Tem alguma razão objectiva para pensar assim? Lá que engodar é uma actividade dispendiosa, disso não tenho a menor dúvida. Mas se os resultados da pesca compensassem, a crise económica não seria provavelmente motivo suficiente para afastar os pescadores das arribas da Carrapateira.

Saudações piscatórias,

Mário Pinho

PêJotaFixe disse...

Amigo Pedro,
O uso do engôdo não faz mal nenhum, pelo contrário. Existe toda uma fauna maritima que se alimenta do engôdo. Desde as gaivotas, às navalheiras, passando pelos peixes. Todos eles benificiam da utilização do engôdo.
Quanto às instituições, a Docapesca é que deveria entregar o peixe que jogam ao mar às mesmas.
No que concerne à apanha de "medalhas", já aqui dissertei sobre esse assunto no artigo "Os PEI".
A utilização de telhas, aqui no Algarve, é feita pelos mais idosos para a apanha de encharrocos.
Os "Chapa 2" ou "Matateus" ainda estão para vir! De vez em quando lá se apanha um... Estes são meras "amostras" de Kg. Eheheh

Abraço e saudações piscatórias

PêJotaFixe disse...

Amigo Mário,
Um dia de pesca importa, em média, €25. Se se for todos os dias, é fazer as contas. Não penso que todos os pescadores tenham possibilidades para tal. Resolva-se o problema da pesca apeada profissional, como dizia o presidente da ANPLED, e vai ver o peixe regressar novamente à Carrapateira.
O problema da Carrapateira é muito complexo. O peixe existe. Falta é pescadores decididos a investir para dai tirarem proveito. Na Carrapateira só se apanha peixe com força de engôdo. A utilização de engôdo é dispendiosa. Terá que haver uma legislação que permita legalizar a venda do pescado para fazer face às despesas e proibir a utilização de redes "alvoradas" e "cercos" perto da costa.

Abraço e saudações piscatórias